terça-feira, 6 de outubro de 2009

Alma de Missionário

O mês de outubro é dedicado, pela Igreja, às missões."Desperta-nos, Senhor, para a missão, pois somos seus discípulos e missionários". Tenhamos, todos, alma de missionário(a)!


  


Criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26), estamos presentes no mundo. Aqui estamos. Qual é a nossa missão? Há algo a construir, a reconstruir? O que há de especial para ser feito? Qual é o projeto do Criador? A missão de povoar a terra parece-me não ser tão difícil. Até os animais selvagens também estão por aí. O fato de simplesmente estar não basta. O que falta, então? Que situações nos preocupam neste mundo de meu Deus? Ou melhor, neste mundo do nosso Deus, que o criou para que nele o homem habitasse e vivesse a felicidade do Reino. Continuamos percorrendo os caminhos da vida. Sabe-se que a humanidade, em toda a sua história, viveu o antagonismo, pois se criado à semelhança de Deus, não teria ele o compromisso de ser companheiro colaborador de Deus? Por que as situações desumanas então? A falta de cuidado com as pessoas, com o meio que nos cercam? Mesmo assim, Deus se fez presente e continua presente, restabelecendo a aliança com a humanidade. Há as limitações humanas, mas também a graça de Deus presente. Construir o bem: projeto de amor à humanidade por parte de Deus. Vencer o mal: infidelidades, corrupções, injustiças, violência, individualismo, etc. O grande desafio: restabelecer o amor de Deus no mundo, ser um colaborador Dele, ter maior compromisso pessoal, social, comunitário.


Neste contexto, como ser missionário? Primeiro é preciso conhecer o grande missionário do amor de Deus: Jesus. Revelou o amor de Deus Pai. Jesus é o Mestre dos mestres que se colocou a serviço da humanidade. "Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino e curando todo o tipo de doença e enfermidade. Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas, como ovelhas que não tem pastor" (Mt 9, 35-36). Os ensinamentos de Jesus são a base fundamental. Ele percorria todas as cidades e povoados, teve compaixão ... E nós? Pelo menos, ser coerente em nossas atitudes, a partir de Jesus, é algo que abre caminho para a missão: anunciar o reino de Deus, a vida plena. Ensinar a amar a Deus e as pessoas, compreender e respeitar as diferenças; eis a grande missão! Deve nascer do coração o desejo de colaborar para que todas as pessoas tenham trabalho, dignidade, sejam respeitadas, valorizadas enquanto filhos e filhas de Deus. Enfim, que tenham Vida e vida em abundância: Palavras de Jesus!


Com estes ensinamentos e tantos outros encontrados na Palavra do Pai, nos documentos da Igreja, vamos construindo caminhos. Como se percebe em nossas comunidades, há caminhos sendo feitos. As nossas Pastorais e Movimentos existentes demonstram essa caminhada. Hoje, juntamente com os sacerdotes, a presença dos leigos. Homens e Mulheres. Quantas mulheres são, hoje, Ministras da Eucaristia, por exemplo? Apesar de não ser ainda o ideal. Uma pena que grande parte da humanidade não percebeu ou não percebe a presença de Deus em Jesus! Um grande desafio: numa sociedade marcada pela busca desenfreada dos desejos individuais (até em nossas Igrejas), materialistas, como ser missionário(a)?  É preciso ter alma, alma humana, alma de Deus. No meio às realidades de nosso tempo, assim como uma pequena luz no fim do túnel, ser, pelo menos, uma pequena luz para as pessoas a partir de nossas atitudes. A família, embora tão deteriorada, tem um papel na educação dos pequeninos, ensinando-os a respeitar os seres viventes desta Terra, mostrando-lhes limites, valores humano-cristãos, éticos, morais.


Nos caminhos da vida, vejo-me como um pequeno missionário. Apesar de minhas limitações, é verdade. A trajetória de vida é algo construído. Lembro-me quando ainda pequeno, minha querida mãe, que já partiu para a Eternidade de Deus, ensinou a mim e a meus irmãos a amar o próximo, a respeitar as pessoas. Meu querido pai também me ensinou a ser bom, a ter a bondade de Deus. Vivíamos na roça. Caminhávamos, a pé, uns quatro quilômetros até a Igreja para participar da Missa. A catequese aconteceu em nossa humilde casa. Aprendemos.


Não houve parada. O aprendizado é contínuo. Hoje, em nossa Paróquia Redentorista, em Coronel Fabriciano (MG), os trabalhos pastorais desenvolvidos junto à Confraria dos Missionários Leigos Redentoristas (MLR), me fazem, cada vez mais, consciente de meu papel, do nosso papel, enquanto missionário do amor de Deus em meio às incoerências humanas. É preciso beber da espiritualidade. Temos buscado, na espiritualidade de Santo Afonso, o jeito simples de anunciar o amor de Deus. A partir do carisma, ter alma de missionário. Com esta consciência, motivamo-nos para os trabalhos das nossas comunidades. Colaboradores dos nossos Ministros ordenados para a implementação do projeto de Deus. Dessa forma, vamos anunciando para nós mesmos e para as pessoas que estão ao nosso redor que o mundo pode ser melhor a partir de cada um de nós.






Geraldo Tadeu Ferreira de Carvalho
MLR – Unidade Cel. Fabriciano-MG


Artigo publicado no site www.provinciadorio.org.br

em 05/10/09



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