Capítulo Geral: avaliando o presente e pensando o futuro da
Como foi a preparação para o Capítulo Geral?
As preparações mais importantes foram as reuniões regionais, que aconteceram recentemente na Ásia-Oceania, África, Europa Norte, Europa Sul, América do Norte, América Latina e Caribe. Nessas reuniões, nas quais participam todos os Superiores Provinciais, Vice-Provinciais e alguns delegados, fizemos uma avaliação dos trabalhos durante o sexênio e apresentamos propostas de assuntos para serem discutidos no Capítulo Geral. A partir dessas reflexões, nasceu o documento mais importante que servirá como base para os trabalhos capitulares, chamado Instrumentum Laboris, que tem como título “Reestruturação para a missão: esperança em ação”.
Outro documento que tem ajudado na preparação do Capítulo Geral é o Conspectus Generalis, que é uma síntese de todas as unidades do mundo em suas realidades numéricas, religiosas, perspectivas vocacionais.
Os materiais preparatórios estão muito ricos, com uma boa base teológica, mostrando a realidade atual e propondo pistas concretas de mudanças que serão avaliadas no Capítulo. Os documentos são para provocar as reflexões no Capítulo, pois é lá que nascem as orientações e decisões.
Quem participará do XXIV Capítulo Geral?
Serão 107 delegados representando os quase 5.500 Redentoristas que, hoje, estão presentes em 78 países, em 80 unidades, sendo que são 38 Províncias, 24 Vice-Províncias, 13 Regiões e 5 Missões.
Além da eleição do novo Superior Geral e seus Conselheiros, serão discutidas orientações importantes para o futuro da Congregação. Quais assuntos são esses?
O tema “Reestruturação para a missão: esperança em ação” guiará essas reflexões. Ele propõe um maior dinamismo missionário para o futuro da Congregação. Para isso, estão sendo avaliadas as nossas composições atuais. Será que as estruturas provinciais e regionais estão favorecendo a missão Redentorista junto aos mais pobres, já que é esse o nosso carisma? Como pensar o futuro da Congregação em realidades tão distintas! Uma parte da Europa vive grande processo de secularização, onde a perspectiva é de envelhecimento dos Redentoristas, sem expectativa de novas vocações. Ao mesmo tempo, pensar a presença da C.Ss.R. em locais como a África, onde existem demandas vocacionais, mas não há estruturas formativas, financeiras tão bem organizadas.
O tema do XXIV Capítulo propõe, além de uma avaliação da atual estrutura da Congregação no mundo, a reestruturação também no sentido de fidelidade à vocação e ao carisma Redentorista. Seria uma volta às origens?
É a pergunta básica: como, nos dias de hoje, nós, Redentoristas, damos conta de ser fiéis ao nosso carisma de evangelizar os pobres? Antes de discernir sobre a presença da Congregação nas diversas localidades, o foco primeiro é a espiritualidade. É importante também a conversão não só das estruturas, mas das pessoas, dos Redentoristas, das comunidades locais. É um trabalho de conscientização que deve acontecer desde a formação inicial.
O Capítulo propõe um retorno às origens, não como um apego ao passado, mas retomar aquilo que é essencial ao carisma Redentorista. Pensar como, hoje, podemos ter a mesma ousadia que Santo Afonso e os holandeses que chegaram ao Brasil tiveram durante a história da Congregação; porém, enfrentando a realidade presente, utilizando, inclusive, os meios atuais.
O Instrumentum Laboris fala de algumas realidades particulares que são preocupações na atualidade dos Redentoristas. Fale sobre algumas dessas questões.
Tem a questão dos imigrantes, que se intensificou com a globalização. Fala-se muito também nos desafios de se formar um missionário, hoje, com competência humana, espiritual e teológica. Tem, ainda, a questão dos meios de comunicação; da missão nos grandes Santuários; das dificuldades de criar raízes no continente africano, com todos os desafios culturais, econômicos e religiosos. Resumindo com uma frase do documento, é “pensar globalmente, para poder agir localmente”. Ter uma visão geral da Congregação no mundo, integrar mais, e não ficar preso somente às realidades locais.
O senhor acredita em mudanças significativas?
Sob o meu ponto de vista, não creio que haverá mudanças drásticas. Aposto mais em uma mudança aos poucos, com firmeza, solidez, discernimento e responsabilidade. A grande mudança já está acontecendo com os temas estudados em retiros, palestras, materiais produzidos. Isso vai ganhando o coração dos Redentoristas. Mas, certamente, o Capítulo votará algumas mudanças concretas.
Quais aspectos o senhor considera importante para a escolha do Superior Geral?
Na minha opinião, de acordo com o estado em que se encontra a Congregação no mundo hoje, tem que ser um Superior Geral que saiba dialogar com a realidade. Ele precisa ter essa dimensão da pluralidade contemporânea, da diversidade das linguagens e culturas. A espiritualidade também é fundamental. Tem que acreditar na Congregação e na importância do carisma dela para os dias atuais. Além disso, para a coordenação interna, o Superior deve ser um líder, alguém que escuta os confrades e não tenha medo de tomar decisões.
Quais são as suas expectativas para esse XXIV Capítulo Geral?
É um momento muito especial, uma grande graça poder participar de um tempo onde estaremos juntos, avaliando o presente e pensando o futuro de uma obra tão importante como é a
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