É sempre difícil mensurar os benefícios do amor. Ainda mais quando o assunto é uma obra com seus 277 anos. Talvez a saída seja deixar o coração mergulhar no mistério de Deus, que em Jesus, armou tenda segura entre os humanos. Uma presença do alto? Exato! Afonso era jovem ainda, quando fez a experiência profunda da gratuidade divina em sua vida. Embalado bela convicção de que a cruz não poderia causar medo, mas confiança, fez uma passagem radical e assumiu ser profeta do amor infinito. Não se acomodou ao caminho já costumeiro que vivia em Nápoles. Foi na periferia da Itália que o jovem advogado napolitano viu abrir em sua frente outra história possível. A possibilidade de uma Igreja mais dinâmica e missionária. Sim! Scala não tinha nada de especial, mas foi lá que Santo Afonso encontrou-se com uma simples gente, sofrida. O povo das cabras, das montanhas. Pois é, foi ali, como em tantos outros momentos, que o amor divino mostrou que não é preso a barreiras e limites das classes ou poderes. Ele vai ao cantinho mais insignificante para fortalecer o humano, principalmente quando ele é fragilizado.
E desde aquele 09 de novembro de 1732, uma caravana de missionários (padres, irmãos, leigos e leigas), com a vida e as obras, irradiam a gratuidade do amor de Deus, ao seguirem os passos do Cristo Redentor. Por isso, esforçam-se sempre em buscar, acompanhar os que mais sofrem. Não se acomodam em preconceitos, mas dia a dia tentam ser fiéis ao carisma inicial. Levam o amor onde falta esperança. Humanizam onde a vida tornou-se desumana. De outro modo, procuram anunciar a abundância de vida que jorra das palavras e obras do Cristo. Foi assim que os missionários redentoristas até aqui chegaram e agora, com entusiasmo, desejam cruzar as fronteiras de novos tempos. Fortalecidos pela redenção do Cristo, não temem os desafios próprios de cada tempo.
Durante as discussões, partilhas, decisões de mais uma reunião capitular (Roma, 18 de outubro a 17 de novembro de 2009), havia sempre a esperança de que o carisma afonsiano é atual e urgente para os dias de hoje. Temas como secularização, miséria, cuidado com o planeta, injustiças foram surgindo como cenários que poluem o Reino de Deus. E sempre mais valentes, os missionários de hoje se dispõem a enfrentar tais provocações não para o bem próprio, mas em defesa do rosto de Jesus que continua sofrendo nas dores do mundo. Decisões? Claro que elas não produzirão frutos sem o investimento de cada membro da família redentorista. Mas uma coisa parece certa: reestruturação é um tema que nos implicará em caminhos mais ousados no anúncio do Evangelho de Jesus. Certamente será esse o grande presente que a C.Ss.R. ganha para continuar sua missão fundamental de anunciar o Cristo aos mais abandonados.
Autor: Pe. Vicente, C.Ss.R.
Nenhum comentário:
Postar um comentário