sábado, 28 de novembro de 2009

Poemas

Os poemas alimentam nossa alma. O verdadeiro artista é aquele que consegue captar o que de mais profundo existe em nós, partícipes da humanidade. É, em sua profundidade de existir, missionário da alma humana, expondo aos quatro ventos as dores e alegrias que nos formam.
Para nosso enriquecimento, vou começar a partilhar com vocês algumas coisas que guardo em meu baú. Caso vocês queiram partilhar, também, alguma rica peça, é só enviar para nossos e-mail's (dalbemcssr@gmail.com e mlr.fj2600@gmail.com) que, tão rápido for possível, a postarei.

Para começar, de Mario de Andrade, Descobrimento:


Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.

Esse homem é brasileiro que nem eu.

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